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Reflorestamento no Pará pode gerar mais de 15 milhões de toneladas de alimentos

Pesquisa inédita do Instituto Escolhas revela que a recuperação de áreas desmatadas no Pará pode criar 69 mil empregos e gerar R$ 45 bilhões em receita.

O Pará concentra 44% das áreas desmatadas em assentamentos da Reforma Agrária no Brasil, totalizando 438,7 mil hectares. O estudo inédito do Instituto Escolhas “Recuperar a floresta nos assentamentos rurais no Pará: o que o Brasil ganha com isso?”, divulgado em 31 de março, revela que a recuperação dessas áreas pode produzir 278 milhões de mudas, 15 milhões de toneladas de alimentos e gerar mais de 69 mil empregos, movimentando R$ 45 bilhões em receita líquida ao longo de 30 anos. Com a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP 30) se aproximando, o estado, que sediará o evento, tem a chance de liderar iniciativas de restauração florestal e reforçar o compromisso ambiental do Brasil.

A recuperação das florestas nos assentamentos paraenses exige um investimento de R$ 25,3 bilhões, mas o retorno estimado é 1,8 vezes maior que o valor aplicado. Além dos benefícios econômicos, a restauração nas Áreas de Preservação Permanente (APPs), obrigatória pelo Código Florestal de 2012, fortalece a segurança alimentar e impulsiona a produção de mudas. Com 1.046 projetos de assentamentos rurais ocupando 11% do território paraense, o estado tem um papel central na recuperação ambiental do país, que se comprometeu no Acordo de Paris, em 2015, a recuperar 12 milhões de hectares de vegetação nativa até 2030 para mitigar as mudanças climáticas.

Embora as políticas de recuperação florestal com inclusão social tenham avançado, ainda são insuficientes para dar conta do desafio. O programa Florestas Produtivas, lançado pelo Governo Federal em 2024, tem o objetivo de recuperar áreas desmatadas em assentamentos rurais por meio de sistemas agroflorestais, com ampliação da capacidade de produção de alimentos pelas famílias assentadas. No Pará, o projeto inaugural do programa atende 1.680 famílias e teve investimento inicial de R$ 15 milhões. Em março, deu mais um passo com o lançamento de uma chamada pública, que prevê R$ 150 milhões para a recuperação da vegetação nativa em assentamentos rurais em vários estados da Amazônia, incluindo o Pará.

“O volume de recursos do Governo Federal é ínfimo. Somente no Pará seriam necessários R$ 25 bilhões. Esse investimento vale a pena. Nosso estudo mostra que seriam gerados milhares de empregos e produzidas milhões de toneladas de alimentos”, conclui Giovanelli. (A Notícia Portal/ Com informações O Liberal)

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