
Morreu uma das gêmeas de oito meses que estava internada no Hospital Regional Público do Araguaia (HRPA), em Redenção, na última segunda-feira (27). Ana Júlia e sua irmã Ana Sofia estavam internadas na unidade de saúde desde que nasceram.
“Todos nós que acompanhamos de perto o caso das gêmeas, Ana Júlia e Ana Sofia, estamos muito tristes com a partida da Júlia! Mas com o conforto de saber que Deus faz tudo na hora certa! Ele a levou, pra um lugar lindo, onde não há dor, onde ela brinca , sorri… e deixou muita saudade! Que Deus conforte a Luana, um exemplo de mãe, que não desgrudou dessa princesa nem um minuto, a à vozinha também. Duas grandes mulheres, fortes e cheias de amor!!! Estamos orgulhosos de vocês, e compartilhamos da sua dor!!! Vou orar pra Deus te consolar, mãezinha! E força, porque a Ana Sofia precisa de você”, publicou Izabella Sad Barra, pediatra das crianças.
Entenda
Desde que nasceram as gêmeas nunca acordaram. A situação das irmãs intrigou profissionais de saúde, que classificaram o caso raro como “comatoso”, quando o paciente tem apenas reflexos primitivos e está em sono profundo. Os médicos ainda não chegaram a um diagnóstico, mas especulam que as pacientes têm um “erro inato do metabolismo”.
Desde que nasceram, Ana Júlia e Ana Sofia ainda não respiraram sem a ajuda de aparelhos. A alimentação é feita por sonda gástrica.
A médica Helena Coelho, pediatra intensivista da UTI, explicou que o quadro de erro inato do metabolismo é quando o organismo não produz nem organiza o processo de formação das enzimas.
“É uma doença genética que pode ter resultado de várias outras coisas, de glicose, e fatores que comprometam o metabolismo. O paciente tem o quadro neurológico afetado, comprometimento da respiração e quadro comatoso. Mas, como disse, não temos nada fechado. A gente tem que fazer exames mais específicos que não temos como fazer no nosso hospital”, disse.
Luana Tintiliano da Silva, mãe das gêmeas, chegou a ser diagnosticada com miomas no útero durante a gravidez, além de ter sido submetida a uma cirurgia para a retirada do apêndice. Os médicos descartam qualquer relação da intervenção cirúrgica com o quadro atual das crianças.