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Preço do gás de cozinha chega a R$ 150 na região Araguaia Paraense e falta de dados oficiais preocupa consumidores

Além do site da ANP, o governo federal disponibiliza o aplicativo Mais Gás Brasil, onde os próprios consumidores e revendedores podem informar os preços praticados.

O preço do gás de cozinha disparou em municípios da Região de Integração Araguaia, no sudeste do Pará, chegando a R$ 150,00 em algumas localidades, segundo relatos de moradores. A informação contrasta com os dados oficiais mais recentes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que apontam preços médios bem menores nas poucas cidades da região onde há acompanhamento.

De acordo com levantamento da ANP referente à semana de 7 a 13 de abril de 2025, apenas três dos 15 municípios da região possuem dados atualizados sobre o valor do botijão de 13 kg (GLP). Veja os preços médios registrados:

Cidade  Preço Médio (R$)            Fonte

Redenção            R$ 110,00           ANP

Xinguara              R$ 108,00           ANP

Rio Maria            R$ 109,00           ANP

Já em cidades como Tucumã, São Félix do Xingu, Sapucaia e Santana do Araguaia, não há dados coletados pela ANP. No entanto, em levantamentos feitos diretamente com revendedores locais, o valor do botijão chega a R$ 150,00 — um dos preços mais altos registrados informalmente.

Falta de dados prejudica transparência: A ausência de informações oficiais em grande parte dos municípios do Araguaia dificulta uma análise precisa sobre o impacto do preço do gás no orçamento das famílias. Além disso, especialistas apontam que a falta de monitoramento facilita práticas abusivas, principalmente em áreas onde a concorrência entre revendedores é baixa.

Além do site da ANP, o governo federal disponibiliza o aplicativo Mais Gás Brasil, onde os próprios consumidores e revendedores podem informar os preços praticados.

“Sem dados, não há como cobrar fiscalização. É como se essas cidades não existissem para os órgãos reguladores”, destaca um analista de mercado de combustíveis que preferiu não se identificar. A situação também evidencia a fragilidade de políticas de proteção ao consumidor em cidades menores, onde órgãos como o Procon têm atuação limitada ou inexistente.

Preço livre, mas com regras: A ANP reforça que o preço do gás de cozinha no Brasil é livre, ou seja, os revendedores podem definir os valores praticados. No entanto, eles devem seguir normas básicas, como a exibição visível dos preços aos consumidores.

A falta de fiscalização, aliada à distância dos centros de distribuição e à informalidade no transporte, especialmente em áreas rurais, contribui para o aumento expressivo no valor final do produto.

Alternativas para o consumidor: Para tentar ampliar a transparência, o governo federal disponibiliza o aplicativo Mais Gás Brasil, que permite a consumidores e revendedores informarem os preços praticados em cada localidade. A ferramenta, no entanto, ainda é pouco utilizada.

Além do site da ANP, o governo federal disponibiliza o aplicativo Mais Gás Brasil, onde os próprios consumidores e revendedores podem informar os preços praticados.

“Se mais moradores usassem o aplicativo, teríamos uma base de dados mais transparente, inclusive para pressionar por fiscalização onde os preços estão mais altos”, afirma uma fonte ouvida pelo A Notícia Portal, de Tucumã.

Custo de vida em alta: Com o botijão ultrapassando os R$ 100, o impacto no custo de vida é sentido especialmente por famílias de baixa renda e moradores da zona rural. Em muitos casos, o fornecimento depende de revendedores informais e inclui cobrança de frete, elevando ainda mais o valor final.

Diante do cenário, cresce o apelo por políticas públicas que garantam mais transparência, fiscalização e apoio às famílias afetadas pela alta do gás de cozinha. (Roney Braga/ A Notícia Portal/ Fotos: Flávio Tavares O Tempo)

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